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O caminho futebolista - treinador

O João e o Paulo são dois amigos, ex-futebolistas. Vidas inteiras dedicadas ao treino, ao jogo, ao futebol. O dia-a-dia mudou, o futuro é incerto.

A prática da modalidade ainda é um vício. Na horinha de futsal semanal, marcam sempre presença. No final, uma mini e uns tremoços para acompanhar a bola que rola na tv.

O Paulo diz que está a pensar ser treinador, as contas não se pagam sozinhas e o futebol era a única coisa que sabia fazer.

Após um lance disparatado da sua equipa, aproveita a onda e desabafa:

- Deviam dar-nos equivalência ao curso, como fazem com os das universidades! Tantos anos de bola e nada.

O João ri-se e o amigo prossegue:

- Não deve ser assim tão difícil ser treinador, tantos anos de experiência, tantas vivências, conhecemos o jogo e a forma de pensar dos jogadores...o balneário não tem segredos para nós.

(...)

O João sempre teve o objetivo de treinar, os cursos não estavam abertos e as circunstâncias não permitiram o ingresso na faculdade. Ainda assim, sempre esteve consciente do que pretendia fazer no final da sua carreira.

Jogar e pensar o jogo, refletir e questionar, questionar e refletir, eram estes, os lemas do João, enquanto jogador.

O Paulo, por sua vez, era conhecido pela capacidade de fazer o que o treinador lhe pedia. Não que o João não o fizesse, mas este, defendia sempre a ideia imposta e nunca se questionava sobre os porquês.

Reza a “lenda”, que na época em que jogava no Mealhada, foi visto a entrar dentro do balneário adversário, ao intervalo, depois do seu treinador lhe dizer para nunca largar o avançado.

Brincadeiras à parte. Pensar que se pode ser treinador apenas porque se foi jogador, é um erro tão grande como ignorar os benefícios que a profissão pode ter tido para aqueles que pensaram o jogo.

Jogá-lo, vivenciá-lo enquanto o pensamos, pode ser uma das experiências mais enriquecedoras para quem quer ser treinador.

Para aqueles, que como o João, sempre levantaram dúvidas, sempre se questionaram e acompanharam a evolução tática do jogo, vão ajudar muito, os anos no futebol. Para aqueles, que se preocuparam com o treino, com a metodologia, a pedagogia e o lado motivacional, haverá sempre espaço no banco, salvo se se negarem a continuar a aprender.

Para aqueles que pensam, que basta jogar futebol a vida toda para liderarem e instruírem como treinadores...também há lugar, infelizmente.

Não haverá lugar é para o seu sucesso, esse, está e estará sempre reservado a quem estuda e pensa Futebol.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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