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Problema "novo" - Resposta antiga?

"O fundamental é perceber o jogo. Nós, se não percebemos a natureza do jogo, nunca conseguiremos ser treinadores. Não é o facto de cheirar o balneário...é perceber o jogo!!!"

Carlos Carvalhal

É este o objetivo.

Do ponto de vista ofensivo, acredito que as equipas mais perigosas tendem a colocar jogadores em zonas interiores, no espaço entre a linha defensiva e a linha média, ao mesmo tempo que são capazes de garantir largura, através de outro elemento. Usualmente, são os extremos e os laterais que criam esta dinâmica.

Atualmente, esta distribuição, em duas linhas diferentes, parece criar um problema para quem defende.

Se adicionarmos a esse problema, o facto do adversário o fazer, a toda a largura, verificamos que são raras as equipas que mantêm a sua organização defensiva.

Qual é, então, a melhor forma para responder a este posicionamento ofensivo?

São inúmeras as equipas que têm respondido a esta situação de forma individual. Ou seja: se o lateral adversário se projeta, o extremo baixa e acompanha; se o extremo baixa para receber entre-linhas, o lateral acompanha.

Observemos:

Como podemos ver, existe uma perseguição do lateral ao extremo. Como a preocupação é individual, o extremo não se coordena com os restantes elementos da linha média e o seu posicionamento surge em função do local onde se encontra o lateral adversário.

Em determinadas situações, podemos ver os extremos a virar costas à bola, na procura do jogador a marcar.

O objetivo não é evitar que se jogue entre-linhas. O objetivo é evitar que não exista sequência, após a entrada da bola nesse espaço vital.

Não se trata, portanto, de uma troca zonal. Se o extremo não baixar para receber, o lateral permanecerá na mesma linha.

Faz sentido. No entanto, e mesmo percebendo a abordagem, não acredito que esta resolva os problemas.

"Fechar linhas de passe não implica encostar ao adversário, mas estar predisposto para condicionar os canais de circulação da bola. Ao encostar actuamos sobretudo na parte final, na recepção propriamente dita, mas não nas vias de circulação. Actuamos no destino mas não no caminho para lá chegar." Garganta, no livro Defesa à zona no Futebol

Outro dos problemas que encontro neste tipo de abordagens está relacionado com o espaço que se deixa livre para que o adversário possa progredir.

Não são muitas as equipas que o aproveitam mas é algo que não pode ser ignorado.

Obviamente que ajustar posicionamentos em função dos adversários, trará sempre consequências ao nível da transição ofensiva.

Nem sempre o problema é coletivo. Por vezes, são más interpretações individuais que levam a determinada reação.

Se não estamos convencidos de que podemos controlar a criação do adversário, que se distribuí a toda a largura, com 4 jogadores na linha defensiva, porque é que o fazemos com 6 e não com 5?

Será a adaptação mais fácil? Não acredito, e por isso, entendo mais facilmente quem procura defender a largura com 5 jogadores.

Obviamente que entendo a dificuldade de controlar toda a amplitude adversária, com uma linha defensiva a 4. Mas será mesmo impossível fazê-lo?

Será que não existem comportamentos coletivos que nos permitam controlar esta dinâmica?

Eu acredito que sim.

No fundo, acredito que é necessário bascular a maior velocidade. Fechar as linhas de passe por dentro e colocar bem os apoios para poder pressionar rápido, assim que a bola se desloca para fora.

É preciso uma atitude mais proativa. Reagir menos e condicionar mais.

Não existem situações iguais e cada adversário necessitará de um estudo que permita adotar a melhor estratégia, ainda assim, é neste tipo de resposta que me revejo.

Seria bastante interessante ler as vossas opiniões.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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