Influências ofensivas - 2015/2016 - Parte 2
Si usted le dice a alguien: “Tenés que salir cuidando la pelota desde atrás, pero guarda, porque si te equivocás, si errás, no jugás más en el equipo”, al final, la va a tirar larga o por arriba. Es imposible dar órdenes tan contradictorias. Para proponer la creación hay que admitir, paralelamente, que el error es posible.” Marcelo Bielsa
Num olhar, longe de ser pormenorizado, tentamos revelar algumas tendências do bom futebol. Procuramos demonstrar ideias de qualidade. Ideias que podem convencer muita gente. O bom futebol não depende de um risco desmedido e de traços de loucura. "O bom futebol joga-se com boas ideias."
A Fiorentina apaixonou-me pela dinâmica do sistema. Posicionamentos sempre bem definidos e uma estrutura que se molda em função do momento do jogo. A originalidade das mudanças posicionais, que adota no momento ofensivo, agarrou-me ao seu "futebol".
A prioridade é criar por dentro. Porquê? Porque é lá que está a baliza! E, claro, existem mais soluções para o portador da bola.
A ideia da dinâmica apresentada em cima, consiste em tocar para quem está de frente. Aproveitamos, assim, a ajuda de um apoio frontal para fazer a bola chegar a um companheiro a quem não podemos entregar diretamente.
Muito utilizada pelas equipas de posse, esta ação dificulta imenso o trabalho adversário.
A ocupação dos 3 corredores surge como fundamental para atacar com qualidade. O espaço é um dos princípios específicos ofensivos e é fácil entender porquê.
Entre corredor central e lateral, entre-linhas, nas costas dos médios e afastado do espaço condicionado pelo pivô defensivo, surge o espaço da moda. Muito procurado este ano.
(Foto de Felipe Araya)
As equipas dominantes, procuram espaços para romper defesas adversárias. Procuram espaços e um aumentar do tempo de forma a facilitar as ações dos seus executantes.
Continuamos a valorizar as linhas de passe e a velocidade de circulação. Acreditamos no jogo interior e na capacidade de atrair o adversário para um lado tentando, logo de seguida, penetrar por outro.
Linhas de passe! Posicionamentos! Sempre os posicionamentos...
A valorização que estas equipas fazem do o espaço entre-linhas é enorme. Principalmente do espaço entre a linha média e a linha defensiva adversária.
Completamente fora de moda, está o extremo puro, colado à linha à espera do 1x1 que o valorize. Não deixou de ser impossível aproveitar estes momentos e essas características. O que deixou de ser valorizado é a capacidade de quem o faz, exclusivamente.
A opção constante pela ocupação destes espaços prende-se com vários fatores. O primeiro será por se tratar do corredor central, local vantajoso, algo anteriormente justificado.
Depois, entendemos que a forma mais eficaz de criar situações de finalização é desposicionar a linha defensiva adversária. De que forma a podemos perturbar? Recebendo na sua frente. Para além de estarmos a dar profundidade ao nosso meio campo, estamos também, a obrigar o adversário a baixar e concentrar gente dentro.
Muita gente dentro, menos gente fora. Muita gente fora, menos gente dentro. É esta capacidade de atrair o adversário para diferentes zonas que permite a descoberta de espaços valiosos para penetrar e progredir.
Depois, claro: a mobilidade no ataque ao espaço para finalizar. São vários os movimentos pensados e coordenados. Ações de arrastamento e aproveitamentos dos espaços livres.
Sempre que a bola entra no corredor central, entre linhas, a linha defensiva adversária tem de reagir...é aí, que surgem os desequilíbrios.
Entrada dos médios em rutura a partir de uma 2ª linha; arrastamentos dos avançados para zonas laterais para a entrada de um 2º avançado....são infinitas as possibilidades.
Destaque, ainda, para a tendência dos avançados procurarem o lado cego dos defesas. São opções que ajudam à indefinição que se cria nos defesas adversárias. Entre centrais e laterais ou mesmo nas costas próprios dos laterais, estes pormenores são valiosíssimos.
De forma a que o espaço entre linhas não seja asfixiado é determinante que existam, recorrentemente, ataques à profundidade. Isto obriga as defesas a baixar e, naturalmente, abre espaços entre-linhas.
A escolha dos timings é essencial, assim como ter paciência e utilizar a mobilidade de forma moderada. Acreditamos na largura e na profundidade, na alternância entre jogo interior e jogo exterior mas acima de tudo, temos de ter criatividade na hora de idealizar os princípios.
Temos de conhecer os jogadores e dar-lhe ferramentas para que possam decidir com maior qualidade e precisão.
Bruno Fidalgo