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Influências ofensivas - 2015/2016 - Parte 1


"Si tu tienes el balón, el rival no lo tiene"

Johan Cruyff

Sou adepto do futebol ofensivo. Equipas com iniciativa de jogo, que valorizam a posse e tentam, permanentemente, ser dominantes. Gosto de ideias, discursos e práticas convincentes.

Este ano identificamos, no panorama futebolístico europeu, tendências de jogo ofensivas interessantes. Modelos diferentes, com muitas semelhanças ao nível dos grandes princípios. São equipas que se preparam para dominar e controlar os jogos, fazendo da bola, a sua maior aliada.

Não negligenciando a importância de cada contexto, a verdade é que são muitas as boas ideias que podemos "copiar" para construir o nosso próprio "jogar".

“Queres ser como os grandes, faz como eles.”

A posse de bola é, inegavelmente, o maior trunfo para quem quer dominar o adversário. Começar a construir desde o guarda-redes é fundamental para quem quer uma saída limpa.

O objectivo é sair curto e de forma apoiada. Saídas a 2, 3 ou 4. É importante perceber o que nos podem oferecer.

Foram muitas as equipas que rotinaram a saída a 3. Fazendo baixar um médio centro ou ficando um dos laterais. A saída a 3 permite dar amplitude ao início de construção. Esta dinâmica dota a equipa da capacidade de sair a toda a largura, aumentando o nº de jogadores que ficam à frente do portador. A projeção dos laterais, facilita a incursão dos "extremos" para dentro. Aumentam ainda, o nº de linhas de passe.

Usualmente, os 3 jogadores chegam para criar superioridade nesta zona do terreno. Não esquecendo, que ainda existe o guarda-redes.

Mas atenção! Extremos dentro e laterais fora é regra mas há exceções. São cada vez mais, as equipas que potencializam os movimentos interiores dos laterais. Em construção, o Bayern deve ser a única.

Imagem retirada do blog "Paradigma Guardiola". Laterais dentro!

Uma ideia que aprecio por diversas razões: mantém a amplitude na saída e as opções dentro, aproximando-as do portador, ao mesmo tempo que dá a linha aos "extremos", jogadores mais fortes no 1x1.

Uma das principias virtudes das equipas dominantes é a vontade de começar a construir por dentro. A colocação de jogadores dentro do bloco adversário, atrás da 1ª linha de pressão, dificulta a ação dos avançados.

O facto dos médios pedirem nas costas dos oponentes, permite que os centrais disponham de mais tempo e espaço para construir. Mais importante, em caso do passe ser bem sucedido, já teremos ultrapassado algum adversário.

Invadindo o interior de uma equipa, esta fica, desde logo, mais exposta. No corredor central as opções de passe são maiores, pois não existe a linha lateral a condicionar. Os adversários são obrigados a compactar dentro e abrem espaços fora. O mesmo acontecerá na fase de criação.

Equipas capazes de manter soluções dentro e fora do bloco, facilitam imenso, o objetivo de sair com qualidade.

Nesta fase do jogo, destaco ainda, os centrais capazes de progredir com bola, atrair e libertar. Valorizamos e observámos, que é essencial, que os defesas centrais sejam capazes de assumir a construção.

Passes interiores que ultrapassem jogadores e linhas adversárias, aumentam, exponencialmente, as hipóteses de sucesso no início de construção.

Neste capítulo, Hummels queima etapas de forma brilhante.

A Fiorentina de Paulo Sousa, apresentou também ótimos argumentos nesta fase do jogo. Saída a 3 com opções dentro, fora e apoios frontais de qualidade. Fantástico.

Destacamos também, a importância dos posicionamentos definidos para cada momento. Saber onde estar, em função do local onde se encontra a bola. São dinâmicas que visam a ocupação de espaços fundamentais para a progressão.

Os canais de circulação mais utilizados, ditam as intenções das equipas. As boas, conseguem alternar...utilizando os 3 corredores, ainda que privilegiem o central.

Acreditamos no valor das linhas de passe...à direita, à esquerda, em apoio e rutura. Gosto de treinadores que facilitam as escolhas dos jogadores.

Outro aspeto que consideramos fundamental é a ocupação dos três corredores, de forma permanente. Fazer o campo grande, mantendo amplitude máxima. Gosto de equipas que atacam em equilíbrio mas sem nunca desvalorizar o poder da largura. Mais espaço, maior tempo para executar e decidir.

Fazendo campo grande, é maior o espaço que o adversário tem de defender.

Se pudermos simplificar, melhor. Passes verticais que ultrapassam meia equipa, são sempre de valor.

Mesmo na primeira fase de construção. A ideia com a qual me identifico, passa por encontrar o local e o momento certo para acelerar e penetrar. Menor mobilidade e maior qualidade nos posicionamentos!!! Entender o contexto e estar preparado para sair a 2, 3 ou 4. Aprecio a variabilidade mas sobretudo a eficácia.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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