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Fiorentina de Paulo Sousa - Sistemas que falam

  • codigofutebolistico
  • 15 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

«As sensações são positivas e é importante que todos acreditem, porque aumenta a motivação à nossa volta. Agora, ainda temos muito por onde melhorar a nível da nossa organização defensiva. Os nossos jogadores têm uma boa atitude, apresentamos qualidade no nosso futebol, mas queremos melhorar.»

Paulo Sousa

Recentemente, fui à procura de ideias novas, observando a Fiorentina de Paulo Sousa. O treinador português já tinha sido elogiado o ano passado no Basileia e este ano, com a chegada ao topo da liga italiana, a curiosidade aumentou.

E há razões para ser optimista em relação ao futuro. A equipa italiana pratica um futebol atrativo, dominante e agressivo em quase todos os momentos de jogo. Ainda existem coisas para melhorar mas a originalidade do modelo e do sistema prometem que o bom futebol não se esgote rapidamente.

Um sistema com 3 defesas, 2 médios centro, 2 alas, dois médios ofensivos e 1 avançado. Uma espécie de 3x4x2x1, que traduz desde logo a paixão pelo jogo interior, pela construção desde trás, num futebol apoiado e baseado no passe curto...vontade de assumir o jogo com amplitude máxima em toda a fase ofensiva.

No momento defensivo as coisas alteram-se e a Fiorentina aproxima-se, frequentemente, de um 4x4x2 clássico.

Exemplo:

Organização Ofensiva

A Fiorentina inicia a sua fase de construção com um linha de 3 defesas, projetando os alas, que garantem amplitude e profundidade. Os 2 médios centros procuram receber dos centrais, de preferência, atrás da primeira linha de pressão. Se não for possível, são capazes de pedir fora do bloco adversário, para ajudar nesta fase. Entre-linhas, no corredor central, surgem os médios ofensivos e por vezes, o avançado. Este posicionamento demonstra a vontade que a equipa tem em jogar por dentro.

Com muitas linhas de passe, este modelo garante opções à direita e à esquerda e ainda, apoios verticais de muita qualidade. Dar prioridade ao jogo interior, fazendo das opções por fora um recurso interessante.

Ir dentro para ganhar espaço fora, ir fora para penetrar dentro. Capacidade para atrair de forma a ganhar espaço para entrar em zonas de finalização.

Os movimentos de ataque à profundidade por parte dos alas, são também interessantes. Costumam fazer diagonais de fora para dentro, depois de a bola entrar no corredor central.

Capazes de fazer uma circulação a toda a largura, nota-se que a prioridade é verticalizar o jogo.

Impossível não destacar o cérebro deste conjunto, Borja Valero. Enorme qualidade de passe aliada a uma fantástica percepção de todos os contextos. Pode jogar como médio centro ou médio ofensivo.

Transição Defensiva

Neste momento a equipa apresenta níveis de agressividade interessantes embora falta alguma consistência e capacidade coletiva.

O fato de haver sempre muita gente dentro, a ocupar o corredor central, facilita a capacidade de pressionar e evitar que os contra-ataques se desenvolvam pelo meio.

Existem ainda, em alguns momentos, determinadas indefinições no momento do pressing. Nem sempre a equipa reage em sintonia à perda da bola.

Baixar e reposicionar ou pressionar e tentar recuperar logo após a perda, parece ser o dilema. Perceber os diferentes momentos para responder de diferente forma.

Ainda assim, a equipa tem respondido bem. Evitam quase sempre um primeiro passe vertical e se não conseguem recuperar a posse, ajustam posicionamento.

Como já falámos em cima, ala esquerdo passa a defesa esquerdo, médio ofensivo do lado esquerdo passa a médio esquerdo.

Organização Defensiva

Neste momento do jogo a equipa revela alguma incapacidade para pressionar alto de forma continuada. A ideia parece ser essa, no entanto, um 4x4x2 clássico, com tão poucas linhas horizontais, revelará sempre maior dificuldade para pressionar em profundidade.

Paulo Sousa tenta atenuar isso com a subida de um médio centro, mas nem sempre tem funcionado.

A melhorar, sem dúvida.

Bruno Fidalgo

 
 
 
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O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

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Bruno Fidalgo

 

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