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Lopetegui - Adiar da realidade


Lopetegui chegou a Portugal com um discurso interessante. Gostei, fiquei curioso e julguei que com a aposta feita no reforço do plantel, veriamos bom futebol.

O FC Porto construiu uma equipa fortíssima, muitos jogadores de classe mundial, que prometiam encantar os adeptos azuis e brancos.

Começavam os primeiros jogos e o Porto queria bola, queria mesmo ser protagonista. Queria e tinha a bola. Bons sinais, portanto.

As primeiras desconfianças chegaram com a falta de projeção do laterais na primeira fase de construção, com os extremos demasiadas vezes na mesma linha dos laterais.

Pensei: Calma, muita gente nova, há que hierarquizar os príncipios. Certamente, veremos progressão.

Achei que sim, demorou. Mais tarde do que o esperado, começámos a ver algumas saídas a 3 com os laterais projetados, gostei, mas não se criou a rotina. Achei que as sucessivas variações de flanco vinham no sentido de explorar a qualidade individual existente nos corredores laterais. Achei que queriam sucessivos duelos de 1x1 porque acreditavam que essa qualidade chegava. Achei que Adrian e Quintero poderiam ser o que faltava ao corredor central. Achei que Marcano já metia passe interior e poderia ser por aí.

Achei que tudo isto fazia parte de uma progressão bem agendada. Achei mal. Não era mau, mas com tanta variedade de soluções, exigia-se mais.

Sorri ao ver um FC Porto com maior mobilidade, com Brahimi mais por dentro. Era pouco.

Pensei que por ser o primeiro ano, por ter muita gente nova, tivesse criado um modelo não tão exigente ofensivamente que se limitasse a criar condições para os craques dos corredores. Talvez fosse, mas não chegou e qualidade era tanta!

Hoje, sem Alex Sandro, sem Danilo, sem Óliver e Jackson, Lopetegui tinha de criar um modelo refinado ofensivamente. Se existissem boas ideias, agora, era a hora. Mas não existem.

Ontem, enquanto Lopetegui esbracejava impacientemente, via dois extremos colados à linha com o talento de Corona a tentar disfarçar a pobreza de linhas de passe.

Com Layún destro e Maxi (o único capaz de perceber que faltava gente dentro), porque não criar uma rotina de extremos fora, laterais dentro? Era o mínimo.

Ontem foi mau demais, e já deixei de ter esperança.

No final, Lopetegui explodiu na conferência de imprensa. Até nisso fui anjinho. Pensava eu que este comportamento descontrolado, que ultimamente até passa para os jogadores, poderia ser uma forma de se mostrar aos adeptos. Toda a gente sabe que o público português tem tendência a idolatrar os treinadores que mais berram.

Perdi a paciência e ganhei uma desilusão.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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