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Pré-época - o treino


Estreio hoje a etiqueta da dimensão física. Sempre evitámos mas na procura de conhecimento isso não faz mais sentido.

Começam as pré-épocas, um pouco por todo o universo futebolístico. As conversas informais, as leituras dos jornais, levam-nos a crer que o trabalho físico vai ser a chave para um bom início.

Os críticos surgem exaltados. A periodização tática, muitas vezes de nariz empinado, atropela quem se opõe. Os argumentos surgem quase sempre de forma irónica, num tom bem sarcástico.

A verdade é que já são poucos os que assumem o treino da dimensão física de forma isolada. São muitos os que o fazem, poucos os que o admitem.

Entendo o preconceito.

Cresci e venho crescendo futebolisticamente, apaixonado pela complexidade, pela capacidade de entender o jogo e o futebolista de forma global.

Acredito que a qualidade de jogo se alcança treinando aquilo que pretendemos ver em campo. Acredito que a exigência física do nosso jogar é atingida, quase de forma total, se operacionalizarmos de forma adequada, os príncipios que suportam a nossa ideia. Acredito no todo, no treino e muito na sistematização dos príncipios. Mas também acredito nos benefícios de um bom trabalho complementar.

Ainda assim, também tenho dúvidas, também coloco questões.

Naquilo que menos dominio, tento mexer pouco. O lado físico é parte integrante do jogo, ainda que não o considere o mais importante.

Treinando o jogar que pretendemos, vamos alcançar a capacidade física que necessitamos para o pôr em prática. Estaremos sempre prontos para jogar o nosso jogo e se o pusermos em prática, preencheremos todos os requisitos do ponto de vista físico. São alguns argumentos aliados à discussão.

"Para mim, estar em forma é jogar bem, é a equipa jogar como eu pretendo." José Mourinho

Mas e se não conseguirmos pô-lo em prática? Estaremos nós preparados para a exigência do jogo, do ponto de vista físico? Muito provavelmente não.

Ok! A falha foi tática... é verdade que se não formos eficazes táticamente e se não pusermos em prática o nosso jogo, por consequência o físico não aguenta. Está, obviamente, tudo está ligado.

As questões que coloco são as seguintes:

Conseguem no vosso treino, representar durante 90 minutos constantes, as exigências do jogo? Conseguem dar feedback, parar o treino para explicar algo, mudar de exercício, manter concentração, etc, sem que isso influencie a exigência necessária a todas as dimensões, incluindo a física?

Será que ao nível do treino de força, por exemplo, o treino do jogo consegue exigir o suficiente para alcançar níveis adequados?

Será perda de tempo um trabalho isolado, específico... numa sessão de treino?

Acreditarei sempre que o futebol é um jogo de decisões onde os inteligentes se destacam, onde os virtuosos, os tecnicistas são essenciais...mas a verdade é que há espaço para os outros e não respeitar a dimensão física pode trazer dissabores.

É o tático que nos apaixona e a ele que mais nos dedicamos, talvez daí o menor conhecimento sobre o assunto.

Mas..."não se pode evoluir ao ignorar o desafio".

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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