SL Benfica - O jogo do treinador
- codigofutebolistico
- 26 de mai. de 2015
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"Isto dos jogadores não é meter 11 dentro de campo e cada um corre e joga como quer. Comigo não é!" Jorge Jesus
Justo. Uma das formas mais fáceis de descrever o 34º título de campeão nacional do Benfica, é classificá-lo de justo.
Muito se discute, até que ponto, um treinador é capaz de potenciar uma equipa. Qual o real valor, que um treinador pode oferecer ao seu coletivo. Quais os fatores que o treinador não consegue controlar?
O jogo é dos jogadores. São eles que o jogam e são eles que o decidem.
Concordo, em certa parte, com este tipo de afirmações. A qualidade dos jogadores, a sua capacidade e qualidade de decisão, ditam muito do sucesso dos treinadores. São eles que decidem e ainda bem. Trazem soluções novas e recursos que os treinadores, muitas vezes, julgam nem existir. Trazem arte e improviso...trazem beleza ao espetáculo.
Ainda assim, é óbvio que o "jogo" não é só deles...nem será, maioritariamente, deles. Aqui, quando refiro o "jogo", falo sobre a forma de jogar da equipa.
A verdade, é que os jogadores jogam o jogo que os treinadores querem. Decidem em função das opções que os seus líderes oferecem e caminham sobre estradas pré-definidas.
Villas-Boas afirmava, muitas vezes, que queria jogadores criativos e livres. O discurso para dentro do balneário parece correto, faz com que se sintam, ainda mais importantes. Ainda assim, e por mais que sejam os jogadores a reinventar os príncipios de jogo oferecidos pelo treinador, a verdade é que o ponto de partida, a linha orientadora, já condiciona.
Definimos príncipios em função das caraterísticas dos jogadores, mas isso, serão apenas pequenas percetagens do que irá ser o modelo. Para a mesma equipa, com jogadores com as mesmas caraterísticas, existirão infindáveis modelos de jogo. É esse o poder do treinador: criar e operacionalizar, para potencializar.
O jogo até pode ser dos jogadores, mas o jogo que eles jogam, é cada vez mais, o dos treinadores.
Esta foi uma das razões que levou o Benfica de Jorge Jesus, ao título. A equipa não tinha o melhor plantel, mas apresentou o melhor modelo, os melhores comportamentos.
Jogaram o jogo do treinador e ganharam.
Quantos conseguiriam modelar uma ideia, que desse tamanha valia a este grupo de jogadores? Não muitos, acredito.
Bruno Fidalgo