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Observação GD Chaves - 2ª Liga


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O interesse "levou-nos" ao Olival para observar o líder da 2ª Liga. A falta de imagens televisivas retira poder visual à análise, mas o nosso objetivo mantêm-se.

Treinar para evoluir. Breves notas sobre o GD Chaves.

Onze inicial.png

O GD Chaves apresentou-se, inicialmente, num 4x3x3 com um pivô defensivo e dois médios interiores.

Uma equipa com processos simples, velocidade dos corredores laterais, solidariedade e agressividade no momento defensivo.

Privilegiando o ataque pelos corredores laterais, o Chaves, não elaborou muito o seu jogo ofensivo, tentando chegar rapidamente e com muita gente a zonas de finalização.

Na sua primeira fase de construção a linha de 4 aparece quase ao mesmo nível, ou seja, não existe projeção dos laterais. O Chaves, tentou ligar o seu jogo através do passe. Com alguma frequência, os centrais progrediram e provocaram com bola para libertar nos médios entre-linhas ou na profundidade dos extremos. Os interiores dão muita profundidade ao meio campo neste momento, no entanto, as linhas de passe durante a primeira parte foram sempre distantes. Por essas razões, por falta de apoios próximos, perderam-se muitas bolas no corredor central à frente da linha defensiva.

Os centrais, não apresentaram muita qualidade no passe, no entanto, Ícaro, revelou maior vontade de executar o passe longo à procura dos extremos ou dos interiores que exploram muitas vezes as costas da linha defensiva adversária.

moviento de arrastamento de barry.png

Com bastantes dificuldades quando pressionados, os centrais, não correram riscos e soltaram várias vezes o passe longo à procura, principalmente, dos extremo.

Com uma linha atacante não muito móvel, as ferramentas que o Chaves mais utilizou para chegar a zonas de finalização foram as combinações nos corredores laterais.

Tanto Sagna, na direita, como João Góis, na esquerda, deram bastante profundidade exterior, apoiando o trabalho dos extremos.

Arnold e Luís Pinto são jogadores diferentes. Arnold, parece forte na exploração do espaço, bolas nas costas para fazer uso da sua melhor característica, a velocidade. Chegou diversas vezes à linha com perigo, solicitando Barry que ataca forte o espaço na zona da marca de grande penalidade. Algumas vezes, arrastou o lateral para dentro, para abrir o corredor, ao também veloz, Sagna.

Foi pelo o seu corredor que o Chaves criou mais perigo. Com uma mudança de velocidade incrível, o congolês, foi bastante procurado.

Luís Pinto, parece bem mais dotado tecnicamente, capaz de jogar com maior facilidade de jogar por dentro e de aparecer bem em zonas de finalização.

Foram algumas as vezes em que esse tipo de lance, (troca Luís Pinto com Guzzo), solicitou um passe longo, na tentativa de atacar o espaço na profundidade.

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Foram estas as combinações apresentadas para chegar a zonas de finalização. Juntamente com alguns movimentos de overlaap por parte dos laterais.

Sagna e João Góis são dois laterais interessantes. João Góis, apesar de estar adaptado à esquerda manteve a capacidade para dar profundidade e foi capaz de cruzar com o pé esquerdo.

Demonstrou, ainda, capacidade para efectuar lançamentos longos de linha lateral.

Os pontapés de baliza foram executados, quase sempre, através de um pontapé longo que procura Barry , ligeiramente descaído para o lado onde este é batido. O avançado centro baixa para tentar desviar para a entrada dos extremos que procuram a diagonal nas suas costas.

Barry, é um jogador poderoso fisicamente, capaz de segurar de costas e disputar com qualidade no ar. Extremamente veloz na execução do remate, é, claramente, uma referência ofensiva.

No momento ofensivo, há que dar destaque a Raphael Guzzo. Claramente, um jogador com outra qualidade. Forte no capítulo do passe curto, o português, foi o único capaz de pausar o jogo da equipa. Se, na primeira parte, mostrou facilidade na chegada à área, na segunda parte, demonstrou preponderância ao baixar no terreno, formando duplo pivô com S.Bamba.

Oferecendo linhas de passe para começar a construir, foi de facto um elemento de destaque.

O Chaves não me pareceu uma equipa muito criativa e capaz de explorar o corredor central com qualidade, ainda assim, chega com muita gente à área e coloca-se muito bem para disputar as segundas bolas.

Duplo pivo.png

Frente a um adversário que gosta de ter bola, a equipa mostrou-se sempre pressionante, orientando o jogo portista para os corredores laterais. Zona, onde, facilmente, criava zonas de pressão...forte superioridade numérica na zona da bola.

Barry e um dos médios interiores pressionavam os centrais, ficando o outro médio centro encarregue de fechar corredor central e evitar que alguém enquadrasse nesse espaço.

Neste momento, S.Bamba foi algumas vezes arrastado para fora do corredor central, desprotegendo o espaço à frente da defesa. Foi difícil para o FC Porto contrariar aquela zona de pressão.

Espaço_à_frente_da_defesa.png

Este também me pareceu um fator importante. A linha defensiva, nunca esteve confortável em espaços avançados. Deu-me a sensação que dá demasiada profundidade, estendendo-se bastante no terreno. A equipa sobe e pressiona em zonas muito adiantadas e a linha não parece acompanhar. A observação foi feita através de imagens televisivas, o que não me permitiu concluir inteiramente este dado.

O Chaves sofreu, sempre que o Porto conseguiu superar essas zonas de pressão. Facilmente, alguém enquadrava de frente para a linha defensiva dos visitantes e aí surgiram alguns lances de perigo, inclusive, o primeiro golo portista.

A equipa defende zonalmente. O pressing é zonal e exceptuando S.Bamba que, por vezes, se deixou levar por referências individuais só os centrais se deixam arrastar em demasia.

S.Madeira desfez várias as vezes a linha defensiva, procurando impedir André Silva de se virar para a baliza, mesmo em zonas recuadas. O mesmo aconteceu na segunda parte com Ícaro. Neste momento, os laterais não foram tão rápidos quanto deviam a fechar espaços centrais, especialmente Sagna.

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No momento de perda da bola, a equipa tenta recuperar de imediato, se possível, obrigando a jogar para trás. Objetivo é conquistar a posse no local onde a equipa a perdeu.

Ainda assim, sempre que o Porto foi capaz de meter um primeiro passe vertical de qualidade, o Chaves pareceu ter algumas dificuldades. Raphael Guzzo demonstrou limitações nessa reação à perda, parecendo-me bastante lento.

Na transição ofensiva, a equipa pretendeu retirar da zona de pressão com passes lateralizados e sempre que não deu para explorar a profundidade de Arnold, abrandou o jogo, fazendo a bola chegar aos centrais.

O Chaves marcou um golo de bola parada. Um livre lateral.

Cantos Ofensivos: prioridade zona de penalty e primeiro poste.

Cantos Defensivos: zona.

Análise feita com apenas uma observação, com todas as consequências que daí advêm.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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