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A importância do diagnóstico - Tendências evolutivas contraditórias

Em fases iniciais, durante o processo de formação de futebolistas, surgem, imensas vezes, dificuldades dos jogadores em analisarem o contexto antes de tomarem uma decisão.

São ínumeras as vezes, que observamos jovens a realizarem ações, como o passe e o remate sem levantarem a cabeça, de modo a perceberem o que se passa à sua volta.

Quando este problema se repete e somos capazes de entender que ele deriva da falta de perceção do jogo, da inexistência da absorção de estímulos visuais que ajudam na melhoria da tomada de decisão, então, podemos concluir que o jogador em causa precisa de uma intervenção no sentido de o solucionar.

A forma como penso a prescrição de exercícios no futebol, tem, por base, não só, mas também, um método, que diagnostica as falhas e as potencialidades dos praticantes.

Para um problema deste género, podemos, por exemplo, solicitar a ação que pretendemos, através de um simples "constrangimento". Reparem na riqueza contextual que pode ter um exercício onde não utilizamos coletes. Não especifico qual o exercício, pois esse não é o objetivo.

O constrangimento não é novo, mas para muitos dos jovens praticantes, será, certamente, uma novidade. A grande maioria, habituou-se a distinguir adversários, sem grande esforço.

Os coletes, facilitam a distinção e agravam um problema com o qual todos os treinadore se deparam....o não "levantar a cabeça".

Conduzir a bola, realizar um passe ou remate, são ações que melhoram, sempre que o jogador vê o que se passa à sua volta. Desta forma, e percebendo que existem muitos jogadores com este problema, a não utilização de coletes, obrigaria os praticantes a levantarem a cabeça e lerem o jogo, na procura da melhor solução.

Esta "regra" pode ser útil, no entanto, temos de perceber, sempre, quem estamos a condicionar.

Estas limitações, ocorrem, principalmente, pela existência de uma fraca relação com a bola.

Intervindo, desta forma, teremos de ter cautela para não agir de maneira contraproducente. Existem jogadores que não conseguem executar um passe, em 1º lugar, pelo simples facto de o ponto de contacto com a bola não ser o mais correto. Então, como é óbvio, não deveremos desviar a sua atenção da falha, pelo menos, de forma tão brusca.

Tendências evolutivas contraditórias. Evoluir de um lado, prejudicando outro. É isto que aconteceria se utilizassemos esta "regra" em jogadores que executam mal, principalmente, por outras razões.

Entendo, que o limite seja jogo, as formas jogadas, as ações de cooperação e oposição que devem estar sempre presentes, salvo raras excepções. A partir daí, é constrangir, segundo os nossos objetivos.

Este é um exemplo, da necessidade que existe em entender as individualidades e as exigências dos movimentos em causa.

É por esta razão, que para mim, é impensável que 20 jogadores façam os mesmos exercícios, durante toda a época, sendo as suas necessidades, completamente diferentes. Há que ter sensibilidade na prescrição de exercícios, de forma a que o impacto do treino, se reflita em todos.

Não procurem o exercício 1030 da pág.10 do livro "Exercícios milagrosos para Benjamins", procurem as razões que levam ao insucesso e criem algo que mude, positivamente, o jogador.

É importante, que saibamos perceber o jogador em questão e entender quais as reais causas das suas falhas. Percebendo isso, estaremos sempre, mais perto do sucesso, na nosssa intervenção.

Bruno Fidalgo

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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