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A "inovação" de Dortmund

Apresentada como uma inovação brilhante, esta tecnologia, introduzida, já há uns anos, no processo de treino da equipa do Borussia, merece, a nossa, desconfiada, análise.

Este exercício, pretende melhorar a técnica individual, ao nível da recepção e do passe. A situação, caracteriza-se por repetidas ações, onde o jogador tem de recepcionar a bola e realizar um passe, para o local assinalado com a cor verde.

Na minha leitura, principalmente a este nível, este exercíco, será sempre inconsequente na evolução do processo de jogo da equipa e quase nulo na melhoria da performance individual.

Esta situação aqui apresentada, não solicita nenhuma tomada de decisão dificuldada pelo contexto, nem apresenta qualquer problema para o executante. A única variação que a situação apresenta, é a necessidade do jogador perceber de onde vem a bola e para onde se deve dirigir o passe.

Relativamente à representatividade do exercício, penso, igualmente, que este, nada tem a ver com as exigências do jogo. A falta de oposição, a falta de necessidade de leitura de jogo, da linguagem corporal do adversário e de quem supostamente iria receber o passe, levam a que a situação seja desprovida de riqueza contextual.

O passe, não se esgota na acção de endereçar a bola ao companheiro em condições, para que ele continue a jogada. O passe, caracteriza-se por uma ação, onde é essencial a identificação de janelas de oportunidade, com base na observação dos adversários e dos colegas de equipa. Já para não falar na necessidade de executar uma ação no pós-passe, que também considero fundamental.

Entendendo que para os jogadores de formação, este exercício, seja pouco enriquecedor, fico espantado, como se julga que pode ser adequado para jogadores de top mundial.

Numa altura em que se torna, cada vez mais importante, a relação dos praticantes, de forma consolidarem princípios de jogo que dão corpo à ideia da equipa, este tipo de treino, que ignora todos estes aspectos e torna a situação desprovidade de qualquer especificidade, não me parece, de todo, inovador.

Acredito, que seja feito de forma complementar, ainda assim, tenho a certeza que existem execícios que potenciam bem mais o passe, a recepção e mesmo a criatividade dos jogadores do que este.

No que toca a trabalho de reabilitação, aí sim, poderá ser importante.

Bruno Fidalgo,

A missão do código Futebolístico: 

 

A paixão pelo jogo guiou-me pelos caminhos da partilha de pensamentos e ideias. 

 

O treino, a análise...tudo ligado, um único objetivo: 

 

Viver o futebol. 

 

 

Bruno Fidalgo

 

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