- Professor, chame-me Brahimi!
(...) as fintas que ele faz, os golo que marca, já viu professor? Quem me dera...
A irreverência do pedido surpreendeu-me, a escolha do ídolo cada vez menos.
Craque é aquele que faz algo que não imaginamos possível, aquele a quem não podemos limitar a criatividade pois não sabemos o que ela é capaz de trazer ao jogo.
Quando vejo Brahimi jogar, surpreendo-me. Imagino a melhor decisão para ele tomar e ele inventa algo que nem sequer achava possível.
É por estas razões que se dão príncipios e não se impõem regras de ação. São os jogadores que jogam, são eles, mais que ninguém, que têm consciência do que podem fazer.
Um dia ouvi um treinador dizer que dava gosto quando visualizava, previamente, as ações que os seus jogadores acabavam por executar, traduzindo um sinal de sintonia. É verdade, mas melhor, é quando imaginamos a decisão, o jogador executa diferente mas mostra-nos que estávamos errados.
Para os craques, a melhor decisão é diferente da que nós imaginamos.
Brahimi é assim, um craque com imaginação sem limite.
Bruno Fidalgo