O mérito da modéstia - Rui Vitória
«Temos de perceber o contexto em que estamos inseridos e conhecer os jogadores que temos à frente, conhecê-los enquanto homens e saber como temos de intervir. Um jogador jovem, quanto tem potencial, precisa é de uma porta aberta. Normalmente, quando assim é, reage bem.» Rui Vitória, em entrevista ao site "MaisFutebol"
O convidado especial, do 1º Seminário de Futebol a que fui, era Rui Vitória. Na altura, treinador do Paços de Ferreira, apareceu bem disposto, confessando-se aliviado por não ter de usar o chapéu, tradicional da capital do móvel.
Na retina, fica o discurso assertivo, de um treinador, preocupado com o estado da formação, em Portugal. Falou-nos, das dificuldades de contratar jovens jogadores portugueses, em contraste com as facilidades que encontrava, por exemplo, no mercado brasileiro.
Segundo o técnico português, uma lei que obrigasse à presença de jogadores da formação no lote de convocados, poderia melhorar a qualidade do "jogador português".
Hoje, diz-se um treinador feliz, num clube, que por razões financeiras, se viu obrigado a priviligiar a formação. Rui Vitória, foi o homem certo para o o projeto e tem vindo a fazer trabalhos brilhantes.
Esta época, apresenta-nos mais um vez, uma equipa organizada e com personalidade. Não reclama os méritos dos resultados para si, muito menos, da evolução dos seus homens.
Jogadores jovens, virtuosos e conhecedores do jogo. Rui Vitória, respeita a individualidade dos seus futebolistas e fá-los crescer de forma individual, em função do coletivo.
Não fora o seu discurso sereno, a sua personalidade recatada e acredito que já o teriamos noutro patamar. A competência tratará disso, brevemente.
Bruno Fidalgo